Durante os anos 50, o mundo experimentava um turbilhão na vida cotidiana. A guerra fria entre EUA e União Soviética tinha como protagonista a corrida espacial, a moda focada em grandes públicos ganhava novos contornos e, no Brasil, a TV e a Petrobrás faziam sua estreia.
Na mesma década, o psicólogo americano Abraham Maslow estruturava sua teoria das necessidades e, com ela, sua famosa pirâmide que categoriza o que era elementar para o ser humano e o que era consequência disso.
De acordo com Maslow, para que possamos alcançar níveis mais altos de desenvolvimento social, político e intelectual, precisamos ter asseguradas questões básicas (que ocupam a base da pirâmide) como a alimentação e abrigo, por exemplo.
Após as postulações de Maslow, surgiram questionamentos acerca do que seria possível se realizar a partir do momento em que as bases de tal pirâmide estivessem, hipoteticamente, preenchidas.
Assim, as sociedades passaram a vislumbrar a necessidade de entender como os indivíduos encontram motivação para seguir em frente ou para mudar suas vidas. Foi assim que se chegou ao entendimento de que existe algo que nos move, até mesmo antes de termos necessidades básicas supridas: nossas causas (sejam elas fisiológicas ou ideológicas).
Segundo o Dicionário Online de Português,
causa significa: aquilo que faz com que uma
coisa seja, exista ou aconteça.
As postulações de Maslow inspiraram os estudos do pesquisador britânico Richard Barret. Ele trouxe acréscimos à teoria original resultando no levantamento das 7 áreas principais para um ser humano. Agora, Barret foca em duas pirâmides que se interseccionam e compreendem os setores da sobrevivência; relacionamento; autoestima; transformação; coesão interna; coesão externa e serviço.
Desse modo, olhando para as pesquisas de Maslow e Barret, entendemos que falar sobre causas é falar sobre um tema complexo. Além disso, é falar também sobre uma questão que está no cotidiano das pessoas e que se mostra de maneiras diferentes de acordo com cada contexto a ser analisado.
Grandes organizações e grandes investidores tem uma imensa capacidade de influenciar suas cadeias, seus ecossistemas e territórios, que é onde se constroem as evidências.
Independente de realidade social, origem, cultura ou demais questões sociais, cada indivíduo carrega uma causa que o move, mesmo que de maneira inconsciente.
Cada geração possui seus desafios em especial, e, com isso, suas motivações se tornam amplas e vastas. Para falar sobre esse assunto, é muito importante analisar também o recorte geracional. De acordo com o Guia do Estudante, essa maneira de se olhar para as diferenças entre sujeitos de variadas idades “se popularizou no final do século XX na análise de ondas comportamentais.” Ainda com base no material de pesquisa do site, os estudos antropológicos e sociais dividem a população em:
Olhando para essas divisões, é muito importante falar sobre como a pós-modernidade (conceito criado por Stuart Hall), tem trazido uma nova visão para a construção das sociedades. Agora, vivemos uma descentralização das narrativas nacionais únicas (como os mitos de fundação de cada país) e experimentamos uma globalização ainda mais complexa.
Tomando como base o pensamento de Bruno Zago – Diretor Comercial e de Marketing da Cedrotech -, essa ampliação do contato entre as pessoas ao redor do mundo se dá de maneira ainda mais aprofundada na geração Alfa. Segundo ele, “também chamada de Geração de Vidro (por causa das telas) ou Geração IA (Inteligência Artificial), a Alfa confiará muito mais nas novas tecnologias e irá se relacionar com elas de forma cada vez mais emocional.”
Segundo estudo realizado pela empresa de Mídias Sociais Semiocast, “o Twitter já conta com mais de 500 milhões de pessoas registradas, sendo que os estadunidenses e os brasileiros são os usuários mais conectados no momento.”
Ainda de acordo com a pesquisa, “cerca de 141 milhões de usuários são dos Estados Unidos e o Brasil ocupa o segundo lugar obtendo a cifra de 41 milhões”.
Tais dados são extremamente importantes, pois falar sobre ideais é falar também sobre propagação. Hoje, a principal ferramenta que cada indivíduo possui para mostrar ao mundo aquilo que acredita e promover mobilização é o contato através de uma rede social digital.
Em 2018, quando Greta Thunberg (18 anos) mobilizou uma greve estudantil na Suécia em prol do meio ambiente, o mundo viu a força da Geração Z. Outro ativista que tem feito bastante barulho ao redor do mundo é o artista Jaden Smith, jovem estadunidense de 22 anos. Jaden, dentre outras ações, tem inspirado diferentes gerações através de seu trabalho pelo acesso à água através da iniciativa Just Water.
Trazendo o cenário brasileiro para o foco, um dos exemplos mais expressivos é a jovem Isabella Cristina, criadora do movimento Meninas Negras. Através da iniciativa, ela leva empreendedorismo para garotas que vivem a realidade da falta de oportunidades em comunidades periféricas.
A partir de uma pesquisa realizada pelo Doação Brasil, em 2016, podemos vislumbrar de maneira um pouco mais nítida como o País se comporta a respeito do tema causas. O instituto fez um estudo focado nos ítens mais recorrentes quando o assunto é doação no país, e os 6 primeiros colocados da lista foram:
Partindo de tais princípios e trazendo o foco para o mercado das startups, é mais do que comprovado que é imprescindível entender que as gerações atuais e as futuras sempre estarão intrinsecamente ligadas a causas.
Por isso, os negócios devem entender que sua existência precisa ter uma relação imediata com o fenômeno das causas. E, também, utilizar ferramentas e traçar estratégias que os permitam sair do campo discursivo e poderem vivenciar as transformações na prática.
Na Din4mo, buscamos alinhar nossas causas com as de nossos parceiros e negócios investidos. Esse alinhamento tem como finalidade mobilizar capitais para investir na inovação ousada que cria mercados para demandas reais da sociedade.
Considerando esse contexto, o Equity Crowdfunding surge como um mecanismo de investimento que beneficia negócios de impacto. Através de plataformas online, é possível unir pessoas interessadas em resolver um mesmo problema junto de quem tem ideias inovadoras a serem colocadas em práticas para solucionar esse problema.
As novas gerações, por terem crescido em um contexto de transição para um mundo digital, são a força catalisadora para contribuir com essas novas soluções. Suas diferentes formas de ver o mundo e encarar os problemas socioambientais refletem em seus comportamentos culturais e de consumo. Um exemplo disso é a familiaridade dessas novas gerações com o uso de plataformas de Crowdfunding.
Criar pontes e exercitar a escuta ativa entre diferentes sujeitos é o caminho principal para que as causas se tornem cada vez mais catalisadoras de transformações práticas e perenes.
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